Gerenciamento de riscos: entenda como deve ocorrer o processo

O objetivo do gerenciamento de riscos é identificar os fatores ocupacionais de risco que podem causar danos a saúde ou integridade física das pessoas e, por conseguinte, o dever do empregador de implementar medidas para evitar a ocorrência de efeitos danosos.

Os 4 passos no gerenciamento de riscos são:

  • 1 – Identificação de perigos e riscos
  • 2 – Análise e avaliação dos riscos
  • 3 – Eliminação ou controle
  • 4 – Monitoramento e revisão

A partir de agora, vamos conhecer melhor cada um desses 4 passos:

1- Identificação de perigos e riscos

Existem dois conceitos importantes no gerenciamento de riscos: perigo e risco. Perigo é a fonte, situação ou ação com potencial de causar algum tipo de dano. Portanto, um perigo é qualquer coisa no ambiente de trabalho que pode causar acidente ou prejudicar a saúde das pessoas.

Risco é a combinação da probabilidade de ocorrência de eventos ou exposições ocupacionais perigosas e a gravidade dos danos que podem ser causados por estes eventos ou exposições.

A identificação de perigos e os riscos associados é a primeira etapa no processo de gerenciamento de riscos. Isso pode ser feito por meio da observação do trabalho e ambiente, entrevistas com trabalhadores e gestores, histórico de acidentes e afastamentos, checagem de produtos e máquinas do processo produtivo, verificação das medidas de controle existentes, entre outras abordagens.

A maior parte dos riscos ocupacionais são facilmente identificáveis por profissionais qualificados. Daí a importância que esta etapa seja conduzida por profissionais de SST capacitados. Afinal, os riscos não identificados jamais serão tratados e o trabalhador poderá ter sua saúde ou integridade física prejudicada.

2 -Análise e avaliação de riscos

Através da análise e avaliação dos riscos, que originam-se dos perigos identificados, iremos estimar o que pode acontecer a alguém exposto a uma fonte de perigo e qual a probabilidade de acontecimentos danosos se materializarem.

Nesse sentido, precisamos estimar os riscos para cada fonte, situação ou ação identificada capaz de causar algum dano.

Para realizar esta tarefa, podemos utilizar a metodologia qualitativa baseada na matriz de risco. Neste método, a estimação do risco é feita através da probabilidade da ocorrência e a gravidades das consequências conforme o exemplo abaixo:

É preciso ter muito cuidado ao estimar os riscos, pois as decisões para tratar ou não e a urgência das medidas a serem adotadas irão depender da gravidade estimada para cada risco.

As decisões sobre quais riscos ambientais são aceitáveis e a urgência no tratamento daqueles que não são,  dependerão da comparação dos valores encontrados nas avaliações com os valores referência estabelecidos na legislação ou por organizações como a ACGIH e OSHA.

Através desta comparação, torna-se possível realizar a classificação do risco de acordo com a aceitabilidade ou tolerabilidade. Nossos esforços se concentrarão naqueles riscos de maior gravidade e probabilidade.

Na avaliação dos riscos, deve-se levar em conta as medidas de proteção utilizadas e sua eficácia.

3 – Eliminação ou controle

Depois de avaliados os riscos, aqueles que forem considerados inaceitáveis devem ser obrigatoriamente tratados.

A  implementação de medidas de controle deve levar em conta a adequada proteção do trabalhador, seguindo a hierarquia abaixo:

A adoção de medida de proteção individual (EPIs) deve ser a última alternativa a ser considerada, utilizada somente quando as demais alternativas não forem viáveis.

4 – Monitoramento e Reavaliação

Para garantir que os riscos permaneçam sob controle e que as medidas  adotadas estão sendo eficazes na proteção dos trabalhadores, é preciso monitorar periodicamente o desempenho e eficácia das medidas implementadas.

Este monitoramento proporcionará informações importante e aprendizados que nos permitirão revisar e atualizar os controles adotados.

A periodicidade da reavaliação vai depender das características e alterações em cada ambiente de trabalho. A NR 9 – PPRA, por exemplo, determina que as ações do programa devem ser reavaliadas a cada ano ou intervalos menores.

Aprimoramento constante

O processo de gerenciamento de riscos dever ser interativo e deve buscar melhoria contínua. Nesse sentido, a abordagem do processo  segue o ciclo do PDCA (Planejar-Dirigir/Fazer-Checar-Agir), conforme mostra a figura abaixo:

A nossa legislação determina que os empregadores são obrigados a gerenciar os riscos ocupacionais.

Portanto, o processo de gerenciamento de riscos deveria ser conduzido por todas empresas, especialmente:

  • no momento de abertura de um novo estabelecimento;
  • quando ocorrerem mudanças no ambientes de trabalho;
  • na ocorrência de incidentes ou acidentes;
  • na nova fase de uma obra;
  • ao menos 1 vez ao ano ou quando profissionais de SST julgarem necessário.

Quando o gerenciamento de riscos é bem conduzido, além de evitar doenças e acidentes, as empresas ganham com o aumento de produtividade e redução de custos.

Sendo assim, fica evidente que a qualidade do gerenciamento de riscos afeta diretamente a sustentabilidade da empresa num mercado cada vez mais competitivo.

E na sua empresa, como anda o processo de gerenciamento de riscos?

 

 

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